Crise sanitária
Empresas no Piauí suspendem ou reduzem a jornada de 86 mil empregados
Empresários aderiram ao programa emergencial do governo federal para evitar demissões
Robert Pedrosa - redacao@pinegocios.com.br
Cerca de 86 mil trabalhadores do Piauí tiveram os contratos de trabalho suspensos ou redução na carga horária desde o início de abril, quando entrou em vigor o Benefício Emergencial para Preservação da Renda e do Emprego (Bem), medida do Governo Federal para preservar empregos atingidos em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
O mais recente balanço foi divulgado pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia no último dia 12.
O Hotel Uchôa, localizado na zona leste de Teresina, suspendeu o contrato de trabalho com todos os colabores por 60 dias, já que a taxa de ocupação de hóspedes caiu a índices que não cobriam os custos. “O programa é excelente, pois sem ele teríamos que demitir. E seria muito ruim para nossos funcionários, pois teríamos que fazer acordo para dividir o pagamento das indenizações. Nossa equipe é muito boa e não queremos perdê-la”, conta a gerente Caroline Uchôa.
Hotel Uchôa, de Teresina, teve que suspender temporariamente todos os funcionários (Foto: divulgação) |
Atualmente apenas a receita da Confraria Uchôa, restaurante do próprio hotel, está pagando os custos das duas empresas (restaurante e hotel). O local está trabalhando com delivery, a única forma permitida desde o dia 23 de março, quando um decreto estadual proibiu o funcionamento de várias atividades econômicas em todo o Piauí. Diferente do hotel, o restaurante manteve alguns empregados, mas alguns tiveram redução na carga horária.
O restaurante Don Bistrô, também localizado na zona leste, também usou o programa federal. Sem funcionar desde o início da crise, a empresa suspendeu o contrato com 13 funcionários. ”Infelizmente, teríamos que demitir sem essa ajuda do governo federal”, avalia Bruno Sérvio, um dos sócios.
Don Bistrô, na zona leste, está fechado e também aderiu à suspensão temporária dos funcionários (Foto: divulgação) |
Em todo o Brasil, mais de 7,2 milhões de empregados e empregadores aderiam ao programa federal. Instituído por meio da Medida Provisória 936/2020, o BEm é pago para o trabalhador que tenha feito acordo com o empregador para redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou para suspensão temporária do contrato de trabalho.
O valor de cada benefício é calculado pelo Ministério da Economia a partir do montante que o trabalhador teria direito de receber como seguro-desemprego, com base na média dos últimos três salários. O valor do benefício pode variar de R$ 261,25 até R$ 1.813,03. Empregados com contrato de trabalho intermitente receberão o valor fixo de R$ 600,00.
Até o momento, segundo o Ministério da Economia, 54,9% dos beneficiados nacionalmente são para suspensão de contrato de trabalho. A redução de 50% na jornada e salário representa 17,2%, enquanto a diminuição de 25% tem 13,4%. A redução de 70% chegou a 12,2% (879.774) e os trabalhadores intermitentes respondem por 2,3% do total.
Pelas estimativas da Secretaria de Trabalho, sem a adoção dessas medidas, calcula-se que 12 milhões de brasileiros poderiam perder seus empregos, destes, 8,5 milhões requisitariam o seguro desemprego e os outros 3,5 milhões precisariam buscar benefícios assistenciais para sobreviver.
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