Comércio & Serviços
Oportunidade
Mercado pet cresce em Teresina e exige maior dinâmica dos empreendedores
Quase metade dos domicílios da capital têm um animal doméstico, o que impulsiona o setor
Nícolas Barbosa - redacao@pinegocios.com.br
Ao andar pelas ruas de Teresina, é perceptível o crescimento e as mudanças no perfil das lojas dedicadas a animais domésticos. Se antes esses estabelecimentos eram semelhantes a pequenos comércios de bairro, atualmente eles possuem arquitetura moderna e estão presentes em importantes avenidas da capital.
Essas adaptações atendem à demanda de uma cidade com cerca de 150 mil animais domésticos e um público consumidor bem mais exigente. O dado foi identificado no Censo Animal feito pela Prefeitura de Teresina em 2019. A pesquisa também conseguiu resultados sobre a proporção de lares da capital que têm animais domésticos. 47,1% dos domicílios têm algum pet, sendo que, em 37,6% há cachorros e em 14,7% há gatos.
Danilo Pereira, dono do Pet Shop Vida Animal, localizado no bairro Piçarra, trabalha há cerca de 15 anos no segmento e pôde acompanhar as mudanças. “Acabou aquela loja com o aspecto de cheiro de ração, aspecto de poeira. Hoje, a cada dia mais, a gente tem umas boutiques, a gente tem um atendimento com loja climatizada”, afirma o empresário.
As transformações abrangem desde os produtos e serviços até a forma de atender os animais e seus tutores, que exigem uma forma humanizada. A gestão precisa ser mais profissional com a utilização de softwares gerenciais específicos. A concorrência também mudou, de acordo com Danilo Pereira. As lojas online oferecem produtos com preços muito agressivos que exigem dos proprietários de estabelecimentos físicos terem a qualidade no atendimento e no relacionamento como diferencial.
A Pet Arretado é uma iniciativa que nasceu preparada para essa realidade digital. O empresário Cássio Lopes montou o negócio no modelo de atacado. Ele possui uma loja online, mas vende apenas para clientes com CNPJ. A partir de Teresina, a Pet Arretado distribui para todo o Brasil, mas tem um foco especial na Região Nordeste. A intenção é oferecer os produtos com frete menor, carga tributária reduzida e entrega rápida.
Cássio Lopes diz que viu a oportunidade de negócio na pandemia e que também gosta de trabalhar no segmento por adorar animais de estimação. “Fazendo a pesquisa de mercado, nós sabemos que há um grande crescimento no ramo pet, principalmente, devido à pandemia. Muita gente ficou em casa sem ter contato com outras pessoas, então, o crescimento de animais foi muito grande e, consequentemente, a procura de produtos e acessórios para pet”, revelou o empresário.
Quem também gosta de animais de estimação e percebeu a oportunidade de adaptar o negócio às novas demandas do mercado foi Paulo Petit, empresário do segmento de alimentação e hospedagem. Ele já aceita pets no seu restaurante e pousada, Kitanda Petit, e está construindo novos chalés que terão uma área aberta maior e mais distantes das demais para que os hóspedes possam levar seus animais de estimação. “Acreditamos que, com certeza, a gente vai ter muito mais hospedagem por conta dessa demanda reprimida. Alguns hotéis não recebem pets”, destaca Petit, que ressalta o fato de os clientes já perguntarem pelo serviço nos canais de atendimento.
Mercado brasileiro é o 7º do mundo
Não existem dados específicos para o segmento pet teresinense, mas o faturamento nacional do mercado mostra a força do setor. Uma pesquisa feita pelo Instituto Pet Brasil (IPB) indicou que R$ 51,7 bilhões foram movimentados pelas empresas do ramo em 2021, o que representa um crescimento de 27% em relação ao ano anterior. 48% desses valores passaram por pequenos e médios petshops, mas o segmento que mais cresce é o online, que, apesar de ter uma participação de apenas 5,4% no mercado, cresceu 48% em 2021.
Esses números colocam o Brasil como o 7º país do mundo no segmento econômico, de acordo com Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação(Abinpet) . O mercado brasileiro supera o de países mais ricos como Canadá, Itália e Austrália.
Fonte Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação
Mercado diversificado
A evolução econômica do mercado de animais domésticos nos últimos anos abrange diversas atividades econômicas. A de maior destaque, segundo dados do IPB, é a produção de alimentação para os pets, que movimentou R$ 28 bilhões em 2021, ou 55%. No infográfico abaixo estão a venda de animais, os produtos veterinários, serviços gerais, serviços veterinários e os produtos de higiene e bem-estar animal.
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