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Energia limpa

Usina eólica faz Curral Novo superar 133 municípios do Piauí

Economia da cidade do semiárido cresceu dez vezes em um ano, passando de R$ 33,5 milhões para R$ 302 milhões

 
 
A energia eólica impulsionou a economia de cidades do semiárido piauiense (Foto: Casa dos Ventos)

 A energia eólica impulsionou a economia de cidades do semiárido piauiense (Foto: Casa dos Ventos)

 
 

O município de Curral Novo do Piauí, de apenas 4,8 mil habitantes, foi o que mais subiu posições no Produto Interno Bruto (PIB) entre as mais de 5 mil cidades do Brasil, entre 2016 e 2017. Localizado no semiárido, quase da divisa com o estado de Pernambuco, Curral Novo viu sua economia disparar de R$ 33,5 milhões para R$ 302 milhões, dez vezes mais, de um ano para o outro. A instalação de uma usina eólica fez o municípios deixar ouros 3.400 para trás na soma das riquezas produzidas.

 

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (13) pelo IBGE, que divulgou o PIB dos Municípios 2017. Curral Novo passou a ser a 21ª cidade do Piauí com maior economia, bem distante da 156ª posição que ocupava em 2016, quando as obras do Complexo Eólico Ventos do Piauí ainda estava no início. O pequeno município deixou para trás, por exemplo, Pedro II e Luís Correia, bem mais populosas.

 

PIB de Curral Novo agora é 21º do Piauí e 1917º do Brasil (Reprodução/ IBGE)


A vizinha Simões, de 14 mil habitantes e distante 33 quilômetros, também viu seu PIB disparar, graças ao mesmo motivo: a empresa Casa dos Ventos inaugurou em 2017, R$ 1,8 bilhão no Complexo Ventos do Araripe III, na divisa com a cidade pernambucana de Araripina. É o maior complexo eólico do país. O PIB de Simões pulou de R$ 114 milhões para R$ 463 milhões.

 

O salto na economia da cidade é explicado: a Votorantim Energia investiu R$ 1,1 bilhão no empreendimento, o primeiro da empresa na área de energia eólica. Além disso, foram criados 1 mil empregos na região durante a construção, um impacto muito grande para um município de apenas 4,8 mil habitantes. É importante ressaltar que somente em janeiro de 2018 é que a usina foi inaugurada, o que significa que o impacto na economia de Curral Novo começou antes mesmo da geração de energia.

 

Simões possui a 11ª  maior economia do Piauí, superando cidades maiores, como São Raimundo Nonato e Oeiras (Reprodução/IBGE)

 

PIB per capita

O PIB per capita, a divisão entre o PIB e a população, também foi divulgado. Baixa Grande do Ribeiro (R$ 65.454,41), foi o de maior PIB per capita do Estado, sendo 4,6 vezes maior do que o PIB per capita estadual (R$ 14.089,78).

 

Entre os dez maiores PIBs per capita em 2017, oito tinham como principal atividade a agropecuária – Baixa Grande do Ribeiro, Uruçuí, Guadalupe, Ribeiro Gonçalves, Bom Jesus, Santa Filomena, Currais e Sebastião Leal – todos na região do cerrado. A soja e o  mlho foram a principal cultura agrícola nesses municípios, exceto para Guadalupe, onde a exploração concentrou-se na fruticultura.

 

O PIB per capita de Curral Novo do Piauí e Simões, em 2017, cresceu nominalmente 799,43% e 305,24%, respectivamente, passando Curral Novo de R$ 6.398,43 em 2016 para R$ 57.549,37 em 2017 e Simões de R$ 7.950,83 para R$ 32.220,27.

 

Localização de Curral Novo, a mais de 400 Km de Teresina (IBGE)

 

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