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Retomada

Venda de veículos novos no Piauí deve crescer 20% em 2021

Aquecimento no segundo semestre de 2020 e boa procura em janeiro deste ano animam concessionárias de automóveis

 
 
A Toyota espera crescer 20% no Piauí em 2021 (Fotos: divulgação)

 A Toyota espera crescer 20% no Piauí em 2021 (Fotos: divulgação)

 
 

Estimulada pelo bom desempenho do setor em dezembro de 2020, pela oferta de crédito e demanda aquecida, a venda de veículos no Piauí deve crescer mais de 20% em 2021, estimam gerentes de concessionárias de automóveis ouvidos pelo Piauí Negócios. A alta é maior do que o aumento previsto no mercado brasileiro, de 16,6%, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

 

A Renault projeta para o Piauí um crescimento de 20% nas vendas em 20%, enquanto que no Brasil a montadora espera uma alta de 15%. Após a forte queda de 33% em 2020, devido à pandemia da covid-19, a Renault recuperou parte do mercado e, em dezembro, a comercialização de carros no estado foi 27% maior do que novembro e 7,2% superior a dezembro de 2019.

 

Neste mês de janeiro, a procura por veículos permanece alta, segundo Érico Veiga, gerente-geral da Via Paris, concessionária Renault em Teresina. “Estamos com promoções de financiamento do banco Renault, com taxa zero para alguns modelos”, afirma.

 

O utilitário Oroch, da Renault, deve alavancar as vendas no Piauí 

 

 

Os campeões de vendas da marca em 2021 deverão ser os que estiveram na linha de frente em 2020: Kwid, Sandero e Oroch. Este último, utilitário, é o único da categoria no Brasil com quatro portas.

 

 

As promoções com taxa zero de juros são um diferencial da Via Paris, afirma o gerente Érico Veiga

 

 

A Fiat, marca líder de vendas no Piauí em 2020, com 17% do mercado piauiense, também prevê bons negócios em 2021. Logo na reabertura das lojas, em julho do ano passado, ocorreu forte aquecimento das vendas tanto pra veículos novos como seminovos.

 

“ Lançamos a nova Strada no final de junho. Um lançamento espetacular, fazendo o modelo ser o carro mais vendido da Fiat, inclusive aqui”, diz José Sobrinho, diretor-comercial da Jelta Veículos, concessionária da marca no Piauí. O empresário acredita que, com a chegada da vacina e a continuação dos protocolos, não ocorrerão novas restrições de funcionamento no comércio e na indústria.

 

José Sobrinho, da Jelta Veículos, líder do mercado no Piauí, está animado com a chegada da vacina

 

A Caoa Hyundai, apesar do fechamento das lojas por quatro meses em 2020, ficou três vezes em primeiro lugar entre as filiais da marca no Brasil. O gerente da loja em Teresina, Flávio Roberto, que trabalha com a linha premium e utilitários, prevê que 2021 será melhor do que a previsão da Fenabrave. “Fechamos o trimestre de 2020 com 40% a mais do que o previsto. Agora vamos trabalhar com preço promocional nas unidades 20/21”, afirma Flávio. O veículo que teve o maior crescimento da marca foi o Hyundai HR, caminhão pequeno porte.

 

Flávio Roberto, da Hyundai Caoa, comemora crescimento de 40% no último trimestre de 2020

 

 

A Toyota no Piauí, que foi a quarta marca que mais vendeu no estado em 2020, projeta para 2021 um crescimento de aproximadamente 20% nas vendas em comparação com o ano passado. Apesar da pandemia, a Toyota registrou um amento de pedidos de 23% em 2020, em relação ao mesmo período de 2019.

 

O início do ano está confirmado a previsão. “Já sentimos no mês de janeiro, com um crescimento de vendas da ordem de 14% em relação a janeiro de 2020”, afirma Renato Carneiro, gerente comercial da Newland, concessionária da Toyota em Teresina.

 

Renato Carneiro, gerente comercial da Toyota Newland, afirma que as vendas em janeiro cresceram 14%

 

Para manter as vendas em alta, a Newland seguirá com uma política de avaliação justa do seminovo e com negociações personalizadas para os clientes. “Teremos novos produtos e atenderemos a um segmento que vem em alta. O consumidor hoje busca um produto de excelência, com valor justo e atendimento diferenciado”, afirma Carneiro.

 

A Toyota é a quarta marca que mais vendeu em 2020 no Piauí

 

Falta de automóveis para entrega imediata

Apesar do otimismo, o setor automobilístico passa por uma crise decorrente da pandemia: a falta de carros para pronta-entrega. Em Teresina, em muitas lojas os clientes que adquirem carro zero esperam no mínimo 30 dias para receber o veículo.

 

O problema começou no segundo semestre de 2020, em função da crise enfrentada pelas montadoras, que tiveram problemas com falta de peças e componentes, além das regras para manter o distanciamento social nas unidades fabris. “Foi reflexo da pandemia, que retraiu a produção na indústria”, afirma o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

 

“O que está limitando o mercado nesse momento é a disponibilidade de carros. A cadeia de fornecimento está em dificuldade por conta da pandemia. Também estamos em alerta que um novo fechamento de lojas pode afetar as vendas. Em Manaus, as concessionárias estão sem funcionar novamente”, afirma Eriko Veiga.

 

A pandemia deixou as concessionárias desabastecidas e veículos são entregues em média 30 dias após a compra

 

José Sobrinho diz que, desde que seja regularizado o fornecimento dos componentes, as montadoras terão um forte aumento na produção. “As concessionárias de todo o país estão desabastecidas com vendas futuras garantidas. Portanto, até regularizar essa situação, teremos certamente um excelente primeiro semestre”, prevê.

 

A perspectiva é de que a situação de desabastecimento de automóveis seja regularizada neste semestre

 

 

Queda em 2020 foi menor do que a prevista

Em nível de Brasil, a Fenabrave vê com otimismo o futuro após encerrar 2020 melhor do que esperado. A recuperação do mercado no segundo semestre do ano passado, especialmente no mês de dezembro, trouxe novas perspectivas para o setor. Em julho, a Fenabrave estimara uma queda de 35,8% nas vendas em 2020, mas o ano encerou com uma queda inferior, de 21,63%. No Piauí, a queda nas vendas foi de 27%.

 

“Os principais fatores que influenciaram nessa melhora, principalmente, a partir do segundo semestre, foram a manutenção da taxa de juros, em um patamar baixo, e o auxílio emergencial, que colaboraram para o aquecimento do comércio e para a baixa inadimplência. Com isso, melhorou a oferta de crédito, favorecendo a tomada de decisão para a aquisição de veículos”, explica o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

 

96% pretendem trocar de carro em 2021

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o site Webmotors realizaram uma pesquisa sobre intenção de compra de veículos para 2021. Realizado com 2.103 usuários do site da Webmotors, de todas as regiões do país, um dos principais apontamentos do estudo é que 96% dos respondentes têm intenção de comprar e/ou trocar o veículo em 2021, com alta expectativa de realizar o negócio ainda no primeiro semestre do ano.

 

“A tendência é de otimismo para 2021, já que o carro ganhou um papel diferenciado diante do cenário de pandemia por trazer conforto e segurança para o transporte das pessoas”, comenta o CEO da Webmotors, Eduardo Jurcevic.

 


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Sobre o perfil do estudo, ele conta que a maior parte dos respondentes é de homens casados. Dos usuários que pretendem trocar de carro em 2021, 75% declararam possuir um ou dois carros atualmente. O estudo traz insights de pessoas que têm interesse em comprar um carro e permite analisar seus diferentes comportamentos.

 

A pesquisa é dividida em dois perfis de entrevistados, onde 75% são clientes que possuem carro atualmente, e outros 25% que não possuem um automóvel. Entre os entrevistados que possuem carro, 19% alegam interesse por um modelo 0km, sendo que, desse volume, 33% dos interessados possuem idade acima de 65 anos. Comparando com clientes que não possuem carros, existe uma diferença de 7 pontos percentuais, já que apenas 12% destes têm interesse por um 0km, sendo que 23% das menções são de usuários a partir de 45 anos.

 

Sobre a escolha das carrocerias, para os respondentes que não têm carro, o modelo hatch se destaca com 41%. A escolha por carroceria também varia de acordo com a idade dos entrevistados: modelos SUV (32%) e sedan (30%) ganham força entre pessoas com idade de 45 a 65 anos.

 

Já para os entrevistados que possuem um automóvel, SUV é a carroceria com maior intenção de compra, com 38%. No caso desse perfil de veículo, chamou a atenção que 69% dos usuários que já possuem um SUV, têm preferência por manter-se no segmento no momento da troca. Além disso, usuários de 18 a 34 anos têm maior preferência por sedan, e a partir dos 35 anos a SUV é novamente a principal escolha com mais de 40% das menções.

 

Para os 4% dos entrevistados que declararam não ter intenção de comprar ou trocar de carro em 2021, as principais razões foram, respectivamente: situação financeira (48%), reflexo da pandemia (33%), preferência por outras formas de mobilidade (10%), sustentabilidade (7%) e uso do carro de parentes ou amigos (2%). Em 2020, a situação financeira (46%) também era o principal motivo indicado, seguido pela preferência por outras formas de mobilidade (18%), este último apresentando queda em relação ao atual cenário devido aos reflexos da pandemia no deslocamento das pessoas.

 

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