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Os sete desperdícios: os problemas comuns a todos os tipos de empresa

Luis Henrique dos Santos - CEO da PRO Consultoria & Gestão e engenheiro de produção
Iniciamos na semana passada uma jornada sobre a gestão enxuta (ou lean). Conhecemos as origens do pensamento enxuto na manufatura e como ele furou a bolha da indústria, provando que os modelos de gestão enxutos podem ser aplicados nos escritórios, hospitais, clínicas, fazendas e etc.
Essa versatilidade se dá justamente pelo fato de toda a centralidade das operações enxutas se darem na identificação e eliminação dos sete desperdícios. Esses problemas, chamados aqui de desperdícios, são atividades ou recursos utilizados nas empresas que não agregam valor ao produto ou serviço prestado, mas apenas aumentam custos, tempo e esforço sem necessidade. No contexto do Lean, desperdício é tudo aquilo que consome recursos sem contribuir diretamente para a entrega de valor ao cliente.
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Muito já se fala sobre o oitavo desperdício (referente alocação e utilização das pessoas), mas esse será tópico de outra coluna.
Confira a seguir exemplos dos desperdícios em diferentes ambientes, vamos utilizar dois exemplos: uma fábrica de polpa de frutas e um escritório de arquitetura.
1. Superprodução
- Fábrica de polpa de frutas: Produzir mais polpa do que a demanda real, resultando em vencimento do produto no estoque.
- Escritório de arquitetura: Criar várias versões detalhadas de um projeto antes mesmo da aprovação do cliente, gerando retrabalho desnecessário.
2. Espera
- Fábrica de polpa de frutas: Funcionários ociosos esperando matéria-prima porque a entrega atrasou.
- Escritório de arquitetura: Atraso na aprovação de projetos por parte do cliente, deixando a equipe parada sem novas tarefas.
3. Transporte
- Fábrica de polpa de frutas: Movimentação excessiva de frutas ou embalagens dentro da fábrica sem necessidade.
- Escritório de arquitetura: Impressão de documentos em um setor distante, exigindo deslocamento frequente da equipe.
4. Processamento excessivo
- Fábrica de polpa de frutas: Lavar as frutas várias vezes sem necessidade real, aumentando o consumo de água e tempo de produção.
- Escritório de arquitetura: Criar apresentações muito detalhadas para reuniões iniciais, quando um briefing simples já seria suficiente.
5. Estoques excessivos
- Fábrica de polpa de frutas: Armazenar grandes quantidades de frutas congeladas sem previsão de uso imediato, ocupando espaço e aumentando custos de energia.
- Escritório de arquitetura: Acumular materiais de escritório, como papéis e maquetes, sem necessidade, ocupando espaço útil.
6. Movimentação desnecessária
- Fábrica de polpa de frutas: Funcionários tendo que andar longas distâncias para buscar equipamentos ou insumos mal posicionados.
- Escritório de arquitetura: Colaboradores se deslocando constantemente para buscar arquivos físicos, que poderiam estar digitalizados e organizados.
7. Defeitos
- Fábrica de polpa de frutas: Erros na mistura ou no congelamento da polpa, resultando em produtos fora do padrão e perdas.
- Escritório de arquitetura: Projetos entregues com erros estruturais ou incompatibilidades, exigindo revisões e retrabalho.
Diante do que foi apresentado, já podemos compreender os motivos pelos quais as metodologias advindas do Lean ganham cada vez mais espaço e operam de maneira objetiva e simples ajustes nas operações dos negócios, aumentado eficiência e consequente resultado financeiro das organizações.
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Fonte: Luis Henrique dos Santos - CEO da PRO Consultoria & Gestão e engenheiro de produção
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