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Piauí tem 42 mil empresas inadimplentes: renegociação direta é a melhor solução, diz especialista

Advogado Felipe Granito aponta que estratégia jurídica adequada pode reverter cenário de negativo

 
 
Advogado Felipe Granito

 Advogado Felipe Granito

 
 

O Piauí registrou 7,2 mil novas empresas entre janeiro e outubro de 2023 e a expectativa é ultrapassar 8 mil até o fim do ano. Porém, outro número que cresceu é o de empresas encerradas, que atingiu 3,7 mil no mesmo período. Um dado que mostra a dificuldade de manter os negócios abertos. Segundo o Serasa Experian, o estado possui 42,7 mil empresas inadimplentes, número que vem se mantendo praticamente estável desde o início do ano passado.

Especialista em recuperação empresarial, o advogado Felipe Granito, do GBA Advogados Associados, que atua em São Luís (MA), explica que diversos fatores explicam esse cenário atual neste ano. “Temos o cenário negativo dos últimos anos, com forte impacto da pandemia, somado à escassez de crédito. Dívidas que foram postergadas quando tudo foi fechado, agora, estão sendo cobradas, o que enforca ainda mais o empresário. Mesmo com a redução da Taxa Selic, os juros para as empresas continuam altos, o que afeta diretamente a dívida com os bancos”, explica.

O conjunto desses fatores se reflete no número de empresas inadimplentes e no fechamento desses negócios. Segundo o Mapa de Empresas do Governo Federal, há uma constância no crescimento de fechamento de empresas no país. Somente em agosto deste ano, foram 185 mil negócios encerrados em todo o território nacional. O pior resultado para agosto nos últimos cinco anos.

Segundo o advogado, a dívida com empréstimos bancários é uma das que mais pesam. “É comum os bancos utilizarem de algumas práticas que são reconhecidas como abusivas pelo Judiciário e que acabam fazendo com que a dívida aumente como uma bola de neve. Um exemplo é a utilização do crédito rotativo para quitar parcelas que estão em débito automático”, alerta.

Granito, no entanto, aponta que o empresário que está inadimplente tem meios para recuperar a saúde financeira e sair desse momento de crise, como a negociação direta. “Com a estratégia adequada, é possível reverter esse cenário negativo e a renegociação direta com o credor é um caminho. Em nosso escritório, temos conseguido uma taxa média de desconto superior a 80% ao negociar com os credores, inclusive bancos, além de um trabalho de reestruturação da empresa”, afirma.

O advogado ressalta que o empresário precisa estar atento para buscar o auxílio quando ainda é possível a recuperação, evitando medidas mais drásticas como a recuperação judicial, que é um procedimento jurídico complexo e que dificilmente tem resultado positivo. “Uma empresa com dívida de até 15 vezes o faturamento mensal dela tem condições de negociar com o banco e se recuperar", conclui.

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Fonte: GBA Advogados Associados

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