Pós-crise
José Tarciso: Microempresas vão demorar até quatro anos para se recuperarem da pandemia
Presidente da entidade que representa microempresas no Brasil afirma que impacto nos pequenos negócios foi avassalador
Robert Pedrosa - redacao@pinegocios.com.br
Bastante afetadas pela pandemia do coronavíus, as micro e pequenas empresas levarão até quatro anos para recuperem o prejuízo obtido com a crise. A previsão foi feita por José Tarciso da Silva, presidente da Confederação Nacional das Microempresa e Empresas de Pequeno Porte (Comicro), ao Piauí Negócios, durante participação da Virada Empreendedora 2021, que aconteceu no último dia 18 em Teresina.
Tarciso diz que mesmo com a reabertura das atividades e o avanço da vacinação, a plena recuperação para os negócios menores é mais lenta porque eles foram atingidos de forma avassaladora. “A maioria precisa ficar funcionando para pagar as contas. Poucas tinham reserva, como acontece com as médias e grandes empresas. Muitas não resistiram e fecharam de vez. Para as que ficaram, é preciso mais tempo para se capitalizar”, explica o empresário.
Mesmo para as empresas que conseguiram crédito bancário, como o Pronampe, precisarão de um longo período para se livrar do passivo. “Essas que pegaram empréstimos conseguiram ficar abertas, mas contraíram dívidas e vão demorar para quitá-las. Algumas inclusive estão renegociando as prestações, porque ainda não têm receita suficiente para pagar as parcelas sem prejudicar a empresa”, frisa José Tarciso.
O presidente reforça que a situação das microempresas é tão delicada que a Câmara dos Deputados já aprovou uma nova medida para ajudá-las. No dia 7 de novembro, os deputados aprovaram duas emendas do Senado à MP 1057/21, que reedita um programa de crédito pelo qual os bancos fazem empréstimos sob seu risco em troca de créditos presumidos a serem usados para diminuir tributos.
O Programa de Estímulo ao Crédito (PEC) é direcionado a microempreendedores individuais (MEI), a micro e pequenas empresas, a produtores rurais com faturamento até R$ 4,8 milhões e a cooperativas e associações de pesca e de marisqueiros.
O PEC pretende estimular os bancos a emprestarem, até 31 de dezembro de 2021, para micro e pequenos empresários. O faturamento será medido pelas informações repassadas à Receita Federal referentes ao ano-calendário de 2020.
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